terça-feira, 15 de outubro de 2013

O EVANGELHO DE CRISTO VERSUS O “EVANGELHO COMERCIAL"

        



Sabe-se que numa cultura de mercado, necessidades são inventadas para estimular o consumo. Não pode ser saudável uma sociedade em que as pessoas trabalham cada vez mais com objetivo de comprar coisas das quais não precisam. Trata-se de uma inversão de valores: enquanto os meios de comunicação prometem felicidade àqueles que vivem no ritmo da moda e se espelham no estilo de vida dos ricos, a realidade é bem diferente e mais cruel.”Pastor Rubens Muzio.
   

    A verdade é que muitos são incapazes de integrar-se na comunidade da fé porque seus interesses estão na cultura de mercado, que tem influenciado uma participação flutuante e precária das pessoas. Seus envolvimentos baseiam-se a partir de uma relação de cliente-empresa, e sequer conseguem entender o amor e a graça de Deus, a dependência do Espírito Santo, e o negar a si mesmo e o seguir Jesus.
    Receio também por muitas igrejas, pois sua compreensão de discipulado limita-se a proclamação da mensagem nos meios de comunicação, a adição de nomes no rol de membros da igreja ou o consumo de um produto espiritual.     Como dizia o sábio pastor John Sttot: “Somos uma nova sociedade com uma nova mentalidade cristã” porque a finalidade do evangelho no discipulado é transformar-nos gradativamente em membros de uma nova comunidade, de uma nova raça, de um povo de propriedade exclusiva de Deus que vive a cultura alternativa do reino.
Francis Scheaffer, um homem de Deus e pensador, também acreditava que esse era o testemunho mais convincente da igreja e dizia:
      “A não ser que as pessoas vejam em nossas igrejas não somente a pregação da verdade, mas também a prática da verdade, a prática do amor e a prática da beleza; a não ser que eles vejam a fé sendo praticada em nossas comunidades, deixe-me dizer isso claramente: eles não nos ouvirão e eles não deveriam nos ouvir mesmo.”
    Diante disso, penso que igrejas com programas, reuniões, cursos e encontros para todos os dias da semana representam justamente o oposto do que significa uma igreja missional, por se tratar de um tipo de consumidor que está mais interessado na benção e menos em produzir para o reino de Deus. Eles só podem ser saudáveis quando as pessoas representam um corpo, não uma série de atividades mecanizadas.
    O corpo de Cristo só existe como comunidade quando está espalhado nas várias esferas da sociedade cumprindo a grande comissão, gerando amor e o comprometimento nos corações dos homens sem Deus, através do seu testemunho vivo. Se como igreja, não estamos vivenciando um evangelho de cruz, precisamos questionar nossa inutilidade e a razão pela qual existimos como comunidade da fé.
  A igreja não é um supermercado onde escolhemos os produtos que desejamos e descartamos outros que fogem a nossa necessidade e preferência. No evangelho, ou se acolhe tudo que Cristo oferece com suas implicações de amor e princípios, ou se distancia de representá-lo como autênticos discípulos, nisso ele é radical.
   Temo que uma das razões de muitas igrejas se parecerem atualmente na forma de condução, não seja exatamente a referência no evangelho de Cristo, mas sim, porque oferecem um produto que agrada sua clientela como empresa a semelhança o mercado consumista.
    A igreja de Cristo nunca deve perder de vista seu propósito original, por conta de propostas pseudo-modernas e revolucionárias. Somos um corpo em Cristo e, num cenário como esse, não podemos ser absorvidos pela banalidade do consumo de programas e entretenimentos. Eu e você, que somos igreja, e fomos chamados para viver um modelo de dois mil anos que está no cerne do ministério iniciado por Jesus, que por sua vez, aplicado pelos discípulos, será responsável pela consolidação e pelo crescimento do corpo de Cristo. 
       
                   Porque Dele, por Ele e para Ele são todas as coisas. Amém!


                 Pr. Fernando Miranda