Existe atualmente
uma preocupação com as gerações de líderes que estão surgindo no cenário
brasileiro e não é sem razão, pois hoje o nível de gestão ministerial de uma
igreja em nosso país inspira cuidados e preocupações, tendo em vista o foco de
muitos sermões e a filosofia de vida de alguns líderes que se destacam no “mi
tié” evangélico. Quando fazemos uma leitura do Novo Testamento de
maneira mais atenta nos surpreendemos com os acontecimentos horrorosos no meio
evangélico e lamentamos por muitos não estarem compreendendo o verdadeiro
sentido da mensagem de João Batista: “Convêm que Ele cresça e eu diminua...”.
Hoje os
supercrentes que o escritor Paulo Romero citou há alguns anos em seu livro
estão à tona, emergindo para buscar o brilho da luz própria e talvez assim
pensem que ficarão imunes a criptonita da vaidade que inevitavelmente
encontrarão pelo caminho; cruel serão seus destinos no fracasso da banalidade
que satanás lhes assegura.
Jesus é o grande
modelo a ser seguido e sua liderança tem como proposta o amor, a misericórdia e
a humildade; a cruz foi a síntese de tudo isto, e a mensagem é única: “ Eu vim
para servir e não para ser servido, disse Jesus!” que nos apresenta uma
referência de liderança mais humanizada, portanto mais espiritual, capaz de
entender que sua maior glória neste mundo é dar a sua vida para que o próximo
seja promovido a um patamar de dignidade e vida plena em Cristo. Penso que o
modelo que a Bíblia apresenta é mais próximo da nossa realidade humana de
fragilidades, incertezas e imperfeições do que possamos imaginar e que apesar
disso tudo, é ricamente instrumentalizado por Deus como ferramenta que esculpe
os contornos da obra divina no coração do homem deste tempo. Creio numa
liderança que chora em momentos difíceis da vida, que não se apresenta como
modelo de perfeição e força, que reconhece quando erra e pede perdão, que
percebe que precisa ser um melhor pai, mãe, filho, filha e que por fim,
compreende em sua alma pecadora que sem Deus nada pode fazer.
“Elias era homem
semelhante a nós, sujeito aos mesmos sentimentos, e orou, com instância, para
que não chovesse sobre a terra, e, por três anos e seis meses, não choveu. E
orou, de novo, e o céu deu chuva, e a terra fez germinar seus frutos.”
A Ele toda
glória!