quinta-feira, 10 de maio de 2012

UMA LIDERANÇA ECLESIÁSTICA HUMANIZADA


Existe atualmente uma preocupação com as gerações de líderes que estão surgindo no cenário brasileiro e não é sem razão, pois hoje o nível de gestão ministerial de uma igreja em nosso país inspira cuidados e preocupações, tendo em vista o foco de muitos sermões e a filosofia de vida de alguns líderes que se destacam no “mi tié” evangélico. Quando fazemos uma leitura do Novo Testamento de maneira mais atenta nos surpreendemos com os acontecimentos horrorosos no meio evangélico e lamentamos por muitos não estarem compreendendo o verdadeiro sentido da mensagem de João Batista: “Convêm que Ele cresça e eu diminua...”.
Hoje os supercrentes que o escritor Paulo Romero citou há alguns anos em seu livro estão à tona, emergindo para buscar o brilho da luz própria e talvez assim pensem que ficarão imunes a criptonita da vaidade que inevitavelmente encontrarão pelo caminho; cruel serão seus destinos no fracasso da banalidade que satanás lhes assegura.
Jesus é o grande modelo a ser seguido e sua liderança tem como proposta o amor, a misericórdia e a humildade; a cruz foi a síntese de tudo isto, e a mensagem é única: “ Eu vim para servir e não para ser servido, disse Jesus!” que nos apresenta uma referência de liderança mais humanizada, portanto mais espiritual, capaz de entender que sua maior glória neste mundo é dar a sua vida para que o próximo seja promovido a um patamar de dignidade e vida plena em Cristo. Penso que o modelo que a Bíblia apresenta é mais próximo da nossa realidade humana de fragilidades, incertezas e imperfeições do que possamos imaginar e que apesar disso tudo, é ricamente instrumentalizado por Deus como ferramenta que esculpe os contornos da obra divina no coração do homem deste tempo. Creio numa liderança que chora em momentos difíceis da vida, que não se apresenta como modelo de perfeição e força, que reconhece quando erra e pede perdão, que percebe que precisa ser um melhor pai, mãe, filho, filha e que por fim, compreende em sua alma pecadora que sem Deus nada pode fazer.

“Elias era homem semelhante a nós, sujeito aos mesmos sentimentos, e orou, com instância, para que não chovesse sobre a terra, e, por três anos e seis meses, não choveu. E orou, de novo, e o céu deu chuva, e a terra fez germinar seus frutos.”

A Ele toda glória!

Pr. Fernando Miranda